21 março 2005

Dia positivo 3



Cathedral Spires e Cathedral Rock (Inverno),
Yosemite National Park, 1938 (aproximadamente)
de Allan Rinehart
National Park Service Historic Photograph Collection

18 março 2005

O que andam (eles) a comer?

De acordo com um estudo realizado pela "International Obesity TaskForce" (PDF, 410 KB) para a Comissão Europeia, Portugal apresenta uma taxa bastante elevada de crianças com problemas de excesso de peso e obesidade. Para o universo de crianças com idade escolar entre 7 e 11 anos, mais de 30% têm excesso de peso, sendo que mais de 10% são mesmo consideradas obesas.

No estudo avança-se com a razão de estar a colocar o foco deste assunto nos mais novos:
Uma preocupação recente têm-se focado nas crianças e adolescentes o que é um problema em crescimento rápido em muitos países; esta preocupação não só de que esta população jovem, que já tem excesso de peso e obesidade, esteja destinada a manter esse estado na sua vida adulta com riscos acrescidos para a saúde, mas de que entre esta população já se estejam a desenvolver "doenças da velhice" tais como diabetes tipo 2.

Inquéritos mostram que os níveis de peso excessivo e obesidade entre crianças do Sul da Europa são mais elevados do que no Norte da Europa, uma vez que a tradicional dieta mediterrânica dá lugar a alimentos mais processados ricos em gordura, açucar e sal.

A ProTeste já tinha lançado o aviso:

Crianças e Televisão: publicidade pouco saúdável
O excesso de anúncios sobre alimentos de alto teor energético é classificado entre os factores de risco para a obesidade pela Organização Mundial de Saúde. E os adolescentes portugueses, com destaque para as raparigas, encontram-se entre os mais gordos da Europa.
Tal como a Organização Mundial de Saúde:

Obesidade e peso excessivo
A obesidade infantil é já epidémica em algumas áreas e está em crescimento noutras. A nível mundial, estima-se em 22 milhões o número de crianças com menos de cinco anos e com peso em excesso. De acordo com o US Surgeon General, nos EUA, o número de crianças com excesso de peso duplicou e o número de adolescentes com excesso de peso triplicou desde 1980. [...] O problema é global e espalha-se de forma crescente aos países em desenvolvimento; por exemplo, na Tailândia a prevalência de obesidade em crianças entre 5 e 12 anos cresceu de 12,2% para 15,6% em somente dois anos.

Vamos ficar parados à espera de quê? Que nos dêm subsídios para alterarmos a dieta...? Vamos lá ganhar juizo, reconhecer os erros e tomar alguma iniciativa pela nossa mão. Por nós e pelos que vêm a seguir.

12 março 2005

Facas, tesouras e guarda-chuvas

Ao longe ouvi uma melodia familiar da minha infância, tocada por lábios conhecedores daquela gaita. Uma nota grave, longa, uma rápida passagem por todas as notas do tom mais grave ao mais agudo, uma descida de volta aos tons mais graves em três degraus e outra vez uma viagem do grave ao agudo.

Familiar, como se fosse hoje.

Quando era criança na minha vila, seduzia-me a passagem daquela personagem do amolador, que tratava de deixar as tesouras da minha mãe a cortar como as do alfaiate da terra, as facas ganhavam nova vida e os guarda-chuvas, que naquela altura custavam dinheiro, tinham direito a mais do que uma vida. Intrigava-me aquela pessoa que aparecia com a sua oficina ambulante. Aquela pedra que era animada a uma velocidade vertiginosa e rápido começava a cuspir faiscas. Um espectáculo que não perdia!

Familiar, e também surpreendente, porque aconteceu hoje mesmo à porta de casa, nos arredores de Lisboa.

Fiquei com saudades.

11 março 2005

Um ano


Lembrar as vítimas de
11 de Março de 2004
El País

10 março 2005

Reciclar...

Peço um sumo em garrafa para acompanhar a refeição. Almoço o mais tranquilo possível tendo em conta a hora de ponta. Peço o café e... vejo a garrafa de vidro ir directamente para o caixote do lixo. Junta-se às garrafas de água PET, às latas de 33cl, aos pacotes tipo brick, aos papéis que são usados como toalhas e guardanapos, aos restos de comida mais soltos que sobram nos pratos de alguns clientes. Tudo no mesmo caixote. Todos os dias.

Recebo informail em casa para me incentivar a fazer separação dos resíduos. Sou receptor da mesma mensagem através dos media, mas mal perco poder sobre o lixo que produzo (num restaurante ou café) vejo-me a contribuir para o oposto daquilo que faço em casa. Imagino a quantidade de resíduos recicláveis produzidos, todos os dias, em todos os restaurantes, em todos os cafés, e deparo com uma realidade que me diz que afinal a grande parte não é reciclado, é desperdiçado?! Valia a pena ver porque isto acontece.

A legislação sobre a produção de resíduos de embalagens refere que
Desde 1 de Janeiro de 1999 que os estabelecimentos de hotelaria, restauração e bebidas só podem comercializar bebidas refrigerantes, cervejas e águas minerais naturais, de nascente ou outras águas embaladas destinadas a consumo no estabelecimento, se acondicionadas em embalagens reutilizáveis, ou seja, embaladas com tara recuperável. Exceptuam-se os concentrados destinados à preparação de bebidas refrigerantes por diluição no próprio local de consumo. Esta obrigação resulta da legislação em vigor, no âmbito da gestão de resíduos de embalagens: Artigo 5º nº 3 da Portaria nº 29-B/98, de 15 de Janeiro.

Este diploma prevê, contudo, no seu Artigo 6º nos 3 e 4, a possibilidade de venda daqueles produtos em embalagens não-reutilizáveis (de tara perdida), desde que estas sejam encaminhadas para um sistema de recolha selectiva que garanta a reciclagem dos resíduos em que aquelas embalagens se tornam após consumo.
Ou seja, os estabelecimentos Horeca (hotelaria, restauração e cafeteria) não podem "comercializar refrigerantes, cervejas e águas minerais naturais de nascentes ou outras águas embaladas, destinadas a consumo no estabelecimento, em embalagens não-reutilizáveis (de tara perdida)" a menos que adiram a um sistema que promova a recolha selectiva de resíduos, pelo qual se obrigam a assegurar a separação dos resíduos de embalagens. Ainda pensei que fosse falta de legislação, mas afinal parece mais falta de fiscalização...

Eu sei que devo reciclar só preciso de saber quem!

01 março 2005

Uma vida sem tabaco



Num press-release lançado hoje pela Comissão Europeia é anunciada

Uma nova campanha comunitária anti-tabagismo, orçamentada em 72 milhões de euros, foi hoje lançada com o objectivo de ajudar os jovens, os não fumadores e todos quantos querem deixar de fumar a viver uma vida sem tabaco.

Esta é uma das medidas que a Comissão Europeia está a planear para a luta contra o tabaco. Para além dessa, está ser finalizado um banco de imagens a usar nos maços de tabaco com avisos sobre a saúde, uma análise do uso de aditivos no cigarros e a proibição de fumar em lugares públicos.

Luís Filipe Pereira, Ministro da Saúde, deu o dito por não dito na proposta de lei sobre o fumo de tabaco em lugares públicos. O governo já estava em gestão e certamente uma tomada de posição mais firme, como tinha sido anunciada e ao encontro das medidas incentivadas pela UE, teria os seus custos eleitorais (haveria alguma diferença?). Teremos uma tomada de posição mais corajosa por parte do novo executivo? Quem dera...

Um exemplo ridículo do que a legislação actual permite é a existência em restaurantes de uma área de não fumadores separada da de fumadores por uma... tabuleta. Acontece assim, hoje, em Portugal.

Quando estive no Hospital São Francisco Xavier aquando do nascimento do meu filho, fumava-se no vão de escadas adjacente à sala de espera do piso 3. A corrente de ar trazia o fumo todo para dentro da sala de espera. Mas isso nem foi o pior. Nos quartos onde as futuras mães (e pais) esperam pela hora em que "tudo está preparado" para ir para a sala de partos, senti várias vezes o fumo de tabaco a impregnar o pequeno quarto partilhado por dois, por vezes três, casais. Fui espreitar o corredor e verifiquei que os meus primeiros suspeitos, os futuros pais que esperavam fora dos quartos, estavam inocentes. Sabendo de antemão a resposta, indaguei uma das auxiliares que limpava o quarto – "Como pode haver aqui um cheiro tão forte a tabaco? Os utentes do hospital não podem fumar aqui, pois não?" – timida, acenou negativamente. "Então quem está a fumar é pessoal do hospital!?" – nenhuma resposta – "Os médicos...?" – encolheu os ombros e foi-se embora. Será que não passa pela cabeça de ninguém que se estava dentro de um hospital?

Não sou totalmente contra fumar em lugares públicos, desde que esses locais públicos tenham condições para proporcionar aos que não fumam uma ambiente limpo do fumo dos outros. Mas a falta de respeito de alguns fumadores faz-me esperar ansiosamente por leis mais restritivas. É que no mundo em que vivemos há quem só respeite os outros se isso estiver na lei.

Parabéns!

Este ano podia deixar passar a situação em branco, ninguém ia reparar. Mas não. Porque razão hão-de ficar esquecidos durante três anos aqueles que nasceram no dia que só existe de quatro em quatro anos? Parabéns a todos os que nasceram a 29 de Fevereiro!

Porque são necessários anos bissextos?

Os anos bissextos são necessários para que o calendário se mantenha alinhado com o movimento da Terra em torno do Sol.

A Terra demora 365,2422 dias a fazer uma revolução em volta do Sol. Usar um calendário de 365 dias resultaria num erro de quase 6 horas (0,2422 dias) por ano. Ao fim de 100 anos o calendário estaria adiantado 24 dias relativamente às estações do ano. [...] Adicionando anos bissextos cada 4 anos reduz-se esta diferença significativamente e o calendário acompanhará as estações de forma mais aproximada do que sem anos bissextos.


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