18 março 2005

O que andam (eles) a comer?

De acordo com um estudo realizado pela "International Obesity TaskForce" (PDF, 410 KB) para a Comissão Europeia, Portugal apresenta uma taxa bastante elevada de crianças com problemas de excesso de peso e obesidade. Para o universo de crianças com idade escolar entre 7 e 11 anos, mais de 30% têm excesso de peso, sendo que mais de 10% são mesmo consideradas obesas.

No estudo avança-se com a razão de estar a colocar o foco deste assunto nos mais novos:
Uma preocupação recente têm-se focado nas crianças e adolescentes o que é um problema em crescimento rápido em muitos países; esta preocupação não só de que esta população jovem, que já tem excesso de peso e obesidade, esteja destinada a manter esse estado na sua vida adulta com riscos acrescidos para a saúde, mas de que entre esta população já se estejam a desenvolver "doenças da velhice" tais como diabetes tipo 2.

Inquéritos mostram que os níveis de peso excessivo e obesidade entre crianças do Sul da Europa são mais elevados do que no Norte da Europa, uma vez que a tradicional dieta mediterrânica dá lugar a alimentos mais processados ricos em gordura, açucar e sal.

A ProTeste já tinha lançado o aviso:

Crianças e Televisão: publicidade pouco saúdável
O excesso de anúncios sobre alimentos de alto teor energético é classificado entre os factores de risco para a obesidade pela Organização Mundial de Saúde. E os adolescentes portugueses, com destaque para as raparigas, encontram-se entre os mais gordos da Europa.
Tal como a Organização Mundial de Saúde:

Obesidade e peso excessivo
A obesidade infantil é já epidémica em algumas áreas e está em crescimento noutras. A nível mundial, estima-se em 22 milhões o número de crianças com menos de cinco anos e com peso em excesso. De acordo com o US Surgeon General, nos EUA, o número de crianças com excesso de peso duplicou e o número de adolescentes com excesso de peso triplicou desde 1980. [...] O problema é global e espalha-se de forma crescente aos países em desenvolvimento; por exemplo, na Tailândia a prevalência de obesidade em crianças entre 5 e 12 anos cresceu de 12,2% para 15,6% em somente dois anos.

Vamos ficar parados à espera de quê? Que nos dêm subsídios para alterarmos a dieta...? Vamos lá ganhar juizo, reconhecer os erros e tomar alguma iniciativa pela nossa mão. Por nós e pelos que vêm a seguir.

às 21/3/05 18:27, Blogger Tão só, um Pai disse...

Zoom, permite-me opinar que o problema pode não ter, só, raízes na dieta à base de fast food mas, também, com o sedentarismo urbano das nossasa crianças, e com a herança genética que nos é transmitida. Porque, de algum modo, muitos já têm aquela mãe, pai ou tios gorduchos. E olha que, na sua juventude, muitos destes ascendentes até passaram fome.

 
às 22/3/05 11:18, Blogger João Duarte disse...

Concordo que o problema não esteja só na dieta. Mas o sedentarismo e a hereditariedade só tornam as pessoas mais propensas, mais sensíveis, se expostas a uma alimentação desequilibrada. A alimentação tem de ser ajustada às pessoas, às suas necessidades, ao seu estilo de vida e hábitos sociais. Quem é menos propenso tem mais tolerância aos erros alimentares cometidos.

 
às 22/3/05 18:52, Blogger Tão só, um Pai disse...

Sim, sim. Mas, também me lembro que, na juventude, tinhamos, mais, a cultura social de nos exercitarmos, de corrermos, de enchermos o Jamor, jogarmos qualquer coisa, de verão e no inverno. Os moços e, mais as moças, já não querem saber disso. Depois, tenho trocado impressões sobre este assunto, com outros amigos. Que, para se cuidar de evitar piores maleitas, destas, há um mínimo de actividade física que tem de ser assegurada, até a de andar ou caminhar.

 

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