Azores
Se os Azores são parte de um país chamado Portugal,
se a língua oficial nos Azores é o Português,
se o Governo Regional dos Azores é uma entidade oficial portuguesa,
porque é que no endereço do sítio na Internet lhe chamam Azores?
O que me inquieta e o que me acalma. Tudo num sítio só.
Se os Azores são parte de um país chamado Portugal,
Com dois minutos de silêncio prestamos homenagem às dezenas de vítimas dos atentados em Londres. Com quantos minutos prestamos homenagem às centenas de vítimas dos atentados no Iraque? Porque nem consideramos um momento de lembrança pelas mais de 30 crianças mortas num único ataque em Bagdad? Porque para nós a vida de um inglês vale mais do que a vida de um iraquiano.
(...) quando exercitamos algo próximo da compaixão, a maior parte das vezes tudo o que fazemos é alargar o nosso egocentrismo e auto-referencialidade viciada como forma de compreender o sofrimento de outrem. (...) Longe dos media e dos jornais diários, as mortes silenciosas e a destruição por lá seguirão, suficientemente longe das nossas referências emocionais.
(actualizado 2005-07-18)
Quando li a notícia (via A Arte da Fuga) nem quis acreditar.
«Verdadeiramente o que está em causa nestas eleições municipais é saber se há uma esquerda que é capaz de ser portadora de uma alternativa, de uma mudança de governo, de uma outra orientação para a Europa e para a vida social em Portugal», afirmou.Andamos mal por que os governos sucedem-se sem que reformas estruturais tomem forma. Sectores como a Educação, a Saúde, a Administração Pública, as Finanças Locais e Segurança Social são só exemplos que me ocorrem.
Ontem de manhã, no meu caminho vindo de casa, dei um salto a um quiosque de jornais para comprar umas pilhas. O vendedor estava a falar ao telefone, com tristeza, sobre as atrocidades e enquanto me atendia eu lembrei-me de ter ido ao mesmo quiosque, mais ou menos à mesma hora, na manhã de 11 de Setembro de 2001. O vendedor é asiático e lembro-me que, enquanto estava lá, uma mulher branca, nos seus cinquenta, espreitou por detrás da porta e disse-lhe: "Não se preocupe, nós sabemos que não queria isto."
Era uma garantia pouco confortável e ambígua. Aquele tipo de "não se preocupe" que, se eu fosse um vendedor num quiosque, me preocuparia. Agora estamos todos muito preocupados. Preocupados com o nosso vizinho e preocupados que o nosso vizinho esteja preocupado connosco. O nosso vizinho em casa, o nosso vizinho no metro, o nosso vizinho no andar superior do autocarro N.º30. Vive e deixa viver pode-nos ter dado as Olimpíadas mas vive e deixa viver pode não ser o suficiente.
Debaixo de chuva fina e luz fraca, as barreiras policiais, os veículos de emergência, os passageiros em silêncio nas proximidades apareciam com se de um noticiário em filme a preto e branco se tratasse. A notícia de uma bem sucedida candidatura olímpica era mais surpreendente do que isto. Como pudemos esquecer que isto acabaria sempre por acontecer?
Depois de uma eleição centrada no medo da imigração, Londres acaba de ver a variedade étnica como parte da sua própria natureza - e parte da sua força, mesmo contra a violência mais horrível.
O Caso Bicudo passa a ter uma lista dos blogs que leio com mais frequência.